O que é optimismo? é uma característica
individual que, embora possa ter algumas influências genéticas, pode ser
apreendida e implica sempre a capacidade de ter expectativas positivas acerca
do futuro e acreditar que o que está para vir é bom. Isto para além da
capacidade de ver o melhor da vida. Mesmo nas situações mais problemáticas,
desafiadoras, e até dramáticas, o optimismo traduz-se na capacidade de retirar
alguma aprendizagem e algum ponto positivo.
No entanto, é importante que fique claro
que o optimismo não é sinónimo de patetice, nem irresponsabilidade, nem de uma
visão cor-de-rosa da realidade. Aliás, está estudado que os optimistas têm uma
avaliação muito cuidada dos factores negativos interferentes em qualquer tomada
de decisão, ou seja, nunca negligenciam a informação negativa, não deixando, no
entanto, de arriscar.
Se somos optimistas, se acreditamos que somos capazes de
concretizar determinados objectivos, teremos mais possibilidades de os
realizar. Porque enquanto procuramos e esperamos o melhor, damos passos
concretos para atingir esses sonhos e aspirações. Para dar um exemplo, existem
estudos que demonstram a relação entre optimismo e produtividade no trabalho.
Na área do sector imobiliário, os agentes de vendas optimistas vendem mais 33%
do que os pessimistas. De uma forma geral, o mesmo se passa na área das
telecomunicações, da banca e da venda de automóveis.
Ainda dentro da definição de optimismo,
podemos encará-lo como a forma de explicar os acontecimentos da vida, pois
existem diferentes maneiras de encarar os sucessos ou insucessos, consoante
somos mais optimistas ou pessimistas. Os pessimistas explicam os sucessos como
alguma coisa que não depende deles, e os insucessos como confirmações de que
não prestam.
Os optimistas reconhecem, perante um
sucesso, que têm competências, que se esforçaram e dedicaram e que, da próxima
vez, voltarão a ter sucesso, ou seja, generalizam positivamente. Perante um
insucesso, reconhecem o seu carácter pontual, e consideram que da próxima vez
será melhor.
O optimismo passa pela
compreensão de que a vida é uma autoprofecia. Aquilo que esperamos, com
convicção, é aquilo que acabamos por ter. E isto não acontece por nenhuma razão
esotérica, mas porque o nosso subconsciente acaba por encontrar na realidade
forma de as nossas expectativas se realizarem.
As expectativas que temos
sobre a nossa própria vida são reforçadas pelas expectativas que os outros
também têm sobre nós próprios. Desta forma, os nossos resultados, sejam eles
quais, são em grande parte, originados pelas expectativas que nós e os nossos
pares têm sobre esses mesmos resultados, através do condicionamento mental que
dessas expectativas é originado.
Mesmo as questões de
saúde são em grande parte originadas pela forma como nós reagíamos à vida muito
mais do que aos germes. Vários estudos apontam hoje para que entre 60% a 80% de
todas as doenças tenham origem psicossomática. A nossa mente e a forma como nós
a usamos, tem o potencial de limitar algumas funções do corpo, o que pode
conduzir a doenças e até acidentes.
A avaliação científica demonstra que, se
formos capazes de mudar o nosso discurso interior de forma positiva, é possível
alterar a realidade. E mesmo que a realidade seja dramática e, em determinados
momentos, nem sequer a possamos controlar, temos sempre um espaço de liberdade
interior que corresponde à nossa linguagem íntima, à nossa narrativa na relação
com os outros e com o mundo.
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