quarta-feira, 23 de abril de 2014

O MEDO


O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo.

No que se refere aos medos não situacionais e que se prendem normalmente com a nossa integridade física, temos dois medos essenciais que resultam depois numa série de outros. O medo de não ser capaz e o medo de ser rejeitado. E são essencialmente estes dois medos que nos afastam dos nossos sonhos. Que nos afastam muitas vezes até de ter esses sonhos. E afastam-nos ao bloquearem a nossa capacidade de tomar decisões, sem a qual não podemos tomar acção.

O medo, é uma questão emocional, que resulta duma questão educacional. O medo não é mais do que o reviver de dolorosas memórias passadas, que podem ter sido vividas por nós ou aprendidas com qualquer outra pessoa. Como tal, podemos reeducar-nos a ultrapassá-lo. Devemos encará-lo como um facto da vida, mas nunca deixar que se transforme numa barreira para o sucesso.

Nunca vamos deixar de sentir medo. O medo é um inamovível nas nossas vidas. Mas à medida que o vamos enfrentando e compreendendo que podemos lidar com tudo o que acontece, a nossa confiança vai aumentando e o medo começa a parecer-nos menos importante.

Enfrentar o medo, é menos assustador do que viver sob a sua ameaça. E da mesma maneira que a inacção agrava o medo, viver com medo reforça essa mesma emoção.

Como podemos dominar o medo? Tudo depende da forma como lidamos com ele. Quando lidamos com o medo duma posição de poder, em que assumimos as nossas escolhas e passamos à acção com energia, então o medo começa a ser diluído. Se pelo contrário, deixamos que o sofrimento nos domine e agimos de uma perspectiva de paralisia e impotência, então entregamos-lhe o domínio. A nossa capacidade de lidar com o medo está directamente ao nosso amor-próprio e auto-estima.

Quando passamos à acção, saímos e fazemos da saída da nossa zona de conforto um hábito, esta começa a aumentar de uma forma consistente. Este alargamento constante da nossa zona de conforto conduz-nos ao poder.


Os estudiosos da programação neurolinguística, ou seja, da forma como a nossa linguagem afecta a forma como nos sentimos e consequentemente como agimos, explicam-nos que ao usarmos uma linguagem toldada pelo medo, quer a nível verbal, quer físico, estamos a transmitir ao nosso subconsciente informação da nossa fraqueza, que este vai registando, transformando-a rapidamente num padrão. Quanto mais poderosa for a nossa linguagem verbal e corporal, mais poderosos seremos nós e mais capazes de enfrentar os nossos medos, propondo-nos a realizações cujas probabilidades de ser atingidas aumentam radicalmente. Por isso é importante prestar atenção ao vocabulário que usamos, mas também ao controlo da nossa fisiologia, ou seja, da forma como estamos a usar o nosso corpo.

No processo de gestão do medo, os nossos pares jogam um papel muito importante. O que normalmente acontece é que os nossos pares tendem a reforçar os nossos medos, e tendem a fazê-lo, por um processo inconsciente de transferência e projecção dos seus próprios medos para nós. O mais curioso é que quanto mais próximos nos são, mais tendem a fazê-lo. E porquê? Exactamente porque nos querem proteger. No entanto, com essa atitude, acabam por não nos ajudar. Com essa atitude estão a reforçar o nosso medo e a nossa tendência para não decidir e não agir. Em casos mais extremos, este fenómeno assume mesmo contornos manipulativos.

Aquilo que nós precisamos de ouvir é que as coisas vão correr bem, que vamos ter sucesso e que temos o que é necessário para triunfar. Por isso, escolher os nossos pares é fundamental, eles vão ter um papel importante no nosso caminho para o sucesso.

A partir do momento em que percebemos que não podemos falhar e de que somos capazes de lidar com qualquer resultado que nos surja no caminho, criamos condições para começar a correr riscos saudáveis que dão substância à nossa vida  e nos aproximam dos nossos sonhos. Não somos um fracasso por falhar, somos um sucessso por ter tentado.

Esse modelo de pensamento passa por compreender que qualquer resultado que tiremos das nossas decisões é um bom resultado, na medida em que nos deixa sempre mais próximos daquilo que são os nossos objectivos. E porquê?  Porque, na pior das hipóteses, nos permite tirar aprendizagem que nos deixam voltar a tentar na posse de mais informação e consequentemente com hipótese de conseguir numa próxima tentativa.

Esta perspectiva parte dum lugar de aceitação, em ves de rejeitar as nossas experiências por dolorosas que sejam e de tentar contrariar a realidade, passamos a aceitar aquilo que a vida nos vai trazendo como experiências das quais tiramos os aspectos positivos que servirão de alavanca às nossas realizações. Esta aceitação é o antídoto do medo e a eliminação da resistência. O mundo está cheio de fantásticos exemplos de gente que passou pelo pior da vida e emergiu com sucesso.


“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder, o que com frequência poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”. William Shakespeare



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